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[Exclusivo] Campeão do VCT 2025 fala com a Strafe sobre as perspectivas para o Champions

[Exclusivo] Campeão do VCT 2025 fala com a Strafe sobre as perspectivas para o Champions

2 Sep
Andre Guaraldo

Uma final extremamente disputada mas, ao mesmo tempo, unilateral foi vencida pela Team Liquid de patitek na noite passada, garantindo seu primeiro título doméstico de 2025 no VCT EMEA 2025 Stage 2 Grand Finals contra a GIANTX. Após uma temporada de ótimas atuações, a equipe finalmente conseguiu levantar um troféu em sua região de origem – sinalizando um forte presságio para a campanha que vem por aí no Champions Paris.

Após a vitória na Grande Final, a Strafe Esports conversou com o eufórico jogador da Team Liquid, para ouvir suas impressões sobre o triunfo, a longa jornada até o Champions Paris, os desafios superados ao longo da temporada 2025 e muito mais nessa entrevista exclusiva.

*A entrevista abaixo foi levemente editada para facilitar a leitura.

Parabéns pela vitória de hoje na Grande Final! Uma série apertada nos 3 mapas, e o Team Liquid conseguiu fechar. Você pode me contar um pouco sobre seus pensamentos durante a montanha-russa desses placares?

paTiTek: Acho que estávamos bem confiantes entrando no jogo. Olhando para o que aconteceu e porque os placares estavam tão próximos contra [GIANTX], na verdade era porque estávamos meio apressados. Antes mesmo da partida, o nosso coach e a equipe diziam que eram eles que precisavam ter pressa para ganhar. Nós poderíamos relaxar e deixar o jogo vir para nós, sem precisar forçar nada. Mas acho que, em algumas situações, ficamos confiantes demais. Faltou improvisação, não chamamos as jogadas corretas. As comunicações ficaram confusas e estávamos apressando demais, sabe? Acho que por isso os placares ficaram tão próximos. Mas, no fim das contas, conseguimos ser resilientes. Não deixamos isso nos abalar e conseguimos fechar todos os mapas, entende?

Por que você acha que vocês sentiram pressa para encerrar a série?

paTiTek: Sinceramente, acho que é emoção. Todo mundo querendo vencer. Também é uma Grande Final, né. Já estivemos lá antes. Fomos virados pela Vitality no Kickoff. Também joguei a final do Kickoff de 2024 (pelo Team Heretics). Então acho que as emoções contam; melhoramos em lidar com isso, mas ainda temos espaço para evoluir.

Como você mesmo mencionou, esteve em 3 finais domésticas incluindo essa agora. As duas finais do Kickoff (2024 e 2025). Você sentia que era uma espécie de ‘maldição’? Estar sempre batendo na trave e só agora conseguir vencer uma dessas finais?

paTiTek: Eu sinto que sim, mas consegui controlar isso. Aprendendo com todas aquelas derrotas em finais, o principal problema para mim era controlar as emoções e como reagia dentro do jogo diante delas. Sinto que melhorei muito nisso. E isso também deu mais confiança para meus companheiros, pela forma como falo, comunico e planejo dentro do jogo. Então acho que todas as finais me ajudaram a finalmente conquistar o troféu. Mas diria que a maior lição disso tudo foi manter a calma. Ficar calmo e não apressar as coisas.

Nesse momento da sua carreira, tendo se classificado para os últimos 4 Masters consecutivos, muitos já te considerariam um veterano no competitivo de VALORANT. Mas essa classificação é ainda mais especial, por ser sua primeira para o Champions. Como você se sente? Tem um significado especial para você?

paTiTek: Acho que é algo diferente. Sempre assisti os campeonatos entre 2020 e 2023, antes de jogar com a Heretics. Sempre via o Champions como o torneio que mais queria jogar. Então, chegar nesse torneio e me classificar para o Champions é minha maior conquista. Quando chegar lá, a mentalidade vai ser totalmente diferente: vou dar tudo de mim e mostrar para o mundo que posso jogar nos palcos internacionais, performar e vencer.

A pressão está toda em vocês agora depois do título dos Playoffs e todos os olhares estão em vocês como o seed 1 da EMEA. Isso pesa para você?

paTiTek: Não, nem penso nisso. Acho que ninguém pensa. Só vamos para o Champions, jogar nosso jogo e manter nossos fundamentos. Este é nosso maior desafio; se mantivermos os fundamentos, vamos atropelar. Mas manter isso, às vezes é difícil com o estresse, os jogos, tudo... Então só precisamos cuidar disso. Focar de verdade nisso e tudo vai dar certo.

Agora que finalmente conquistaram o tão buscado título doméstico e com o Liquid jogando em alto nível esse ano, o que falta para o time avançar ainda mais e elevar esse teto?

paTiTek: Acho que o que precisamos é só de uma pausa. Reorganizar as ideias e jogar outro torneio. Porque acredito que a peça que faltava já chegou, que era o trexx. Com as formações anteriores, sempre faltava um quinto elemento no time. E a contratação dele foi essa peça, e o título doméstico prova isso. Agora, é claro que o Liquid entra como candidato aos títulos. Inclusive ao Champions. Agora só falta saber usar essa peça do jeito certo.

Falando sobre o Team Liquid no geral, o que você acha que diferencia a equipe do restante das equipes da EMEA no Champions? E das equipes globais?

paTiTek: Acho que é o nosso estilo de jogo. Jogamos para cima, mas também sabemos recuar e jogar ‘by the book’ para ganhar. Somos um time que gosta de surpreender, ser imprevisível e partir para as jogadas. Só precisamos encontrar o equilíbrio entre isso e jogar o VALORANT sólido. Acredito que estamos conseguindo isso. Por fim, uma das nossas maiores forças é a adaptabilidade. Temos jogadores flexíveis em agentes e funções, o que ajuda a lidar com um meta que muda o tempo todo.

Ano passado te perguntei quais valores você achava que trazia a uma equipe, e você disse 2 coisas: sua estabilidade e confiança. Manter a performance, confiar em si mesmo e acreditar nos detalhes como profissional. Agora, no Liquid, você sente que consegue usar seu potencial ao máximo?

paTiTek: Senti que, nas duas versões anteriores do elenco, principalmente a confiança era difícil de mostrar. Mas agora, com o trexx, sinto que estou atirando 100%. Especialmente na confiança, que antes faltava. Isso ficou nítido nos jogos domésticos. Acho que sigo evoluindo como jogador e aprendendo. Sou um daqueles que, se estou jogando com alguém mais novo ou mais inteligente — com visão melhor de macro e das fights —, sempre colabora. Mas também sempre deixo eles falarem. Tiro o máximo de conhecimento deles. Foi assim na Heretics, absorvendo tudo dos caras de lá. Aqui faço o mesmo. E ainda adiciono por cima disso minha confiança e a capacidade de manter o time equilibrado. Porque estou aqui.

Pergunta final: o que as experiências internacionais anteriores te ensinaram? O que mudou na sua abordagem para esse Champions? E o que diria a seus companheiros que não passaram ainda por isso?

paTiTek: Acho que aprendi em Madrid, Xangai, Bangkok e Toronto que, no palco, você joga contra adversários que nunca enfrentou antes. Mas isso importa? Não. O que importa é estar lá pelos seus companheiros. E, mais ainda, por você mesmo; fazer o que acredita estar certo, sem se deixar afetar pelas câmeras, pelo público, pelo “é um Masters, preciso jogar bem”. Essa é a maior lição: ser fiel ao seu próprio jogo, confiar na comissão técnica, nos colegas e, acima de tudo, em si mesmo para performar. No Champions, vou repetir o que fiz em Toronto: mudar o foco para mim mesmo, para como chego ao torneio, buscando confiança. Sem pensar em adversário ou resultado. Só sendo eu mesmo. E para meus companheiros, diria para não apressar nada. Ouçam a comissão, o IGL e o time. Todo mundo tem que contribuir. No fim, jogamos como time. É preciso ouvir e responder de forma adequada. Se fizermos isso, vai dar certo e vamos jogar um grande VALORANT.


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Crédito da Imagem em Destaque: Michal Konkol/Riot Games

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