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Brasil Bate Recorde Mundial e Terá Sete Times no Major de Budapeste

Brasil Bate Recorde Mundial e Terá Sete Times no Major de Budapeste

9 Oct
Andre Guaraldo

De vez em quando, o cenário competitivo de Counter-Strike nos surpreende com uma reviravolta que redefine a conversa e, em 2025, esse marco vem do Brasil, que está enviando uma verdadeira armada para o Major de Budapeste da Starladder. É algo sem precedentes. É barulhento. E, dependendo de quem você perguntar, é tanto um triunfo do crescimento nacional quanto um sintoma de mudanças de maré... ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Sete Times, 28 Jogadores

Basta olhar a lista de inscritos para Budapeste e o Brasil está por toda parte: FURIA, MIBR, paiN, Imperial, Legacy, RED Canids e Fluxo representam 28 jogadores espalhados pelo torneio. É a primeira vez que uma nação marca esse nível de presença em um Major, superando até as formações russas e suecas mais fortes de outros tempos.

Mas não deixe que os números falem sozinhos, sem contexto. A conquista brasileira não é apenas ocupar vagas; é resultado de anos de grind, construção e (falando a verdade) às vezes apenas sobrevivência no ecossistema tier-1. É um feito que merece celebração.

O Brasil agora lidera o livro de recordes de todos os tempos em participação em um único Major, e está confortavelmente em primeiro e segundo lugar no ranking de jogadores e equipes em qualquer evento do tipo. Aqui está o top 7 países e seus representantes:

  • Brasil: 28 jogadores (7 times) – Budapest Major 2025
  • Brasil: 25 jogadores (6 times) – Austin Major 2025
  • Rússia: 23 jogadores (5 times) – Copenhagen Major 2024
  • Suécia: 21 jogadores (4 times) – DreamHack Winter 2013
  • Dinamarca: 20 jogadores (4 times) – Austin Major 2025
  • Estados Unidos: 16 jogadores (3 times) – ESL Cologne 2016
  • França: 12 jogadores (2 times) – Early Majors 2013-14

Quantidade não é qualidade

Ainda assim, há uma questão maior por trás da manchete: até que ponto o Counter-Strike brasileiro realmente é profundo? Sete bandeiras no palco de Budapeste impressionam, mas é impossível negar uma divisão entre a elite nacional e a “classe média” do cenário. Neste outono, apenas FURIA e paiN estão constantemente no convívio da elite mundial.

A FURIA, especialmente, virou o rosto da ambição brasileira, com uma mistura de estrelas da casa e um toque internacional que mantém o time no top 10 global. A paiN, por sua vez, se manteve longe da pecha de “sensação passageira” graças a classificações consistentes, mas ainda enfrenta dificuldades contra os gigantes europeus.

Os demais (MIBR, Imperial, Legacy, RED Canids, Fluxo) carregam grandes histórias, mas atuam em um patamar onde chegar aos playoffs é sonho, não garantia. Para o Brasil, isso significa que a base existe e a infraestrutura está forte, mas o rótulo de “contender” só cabe mesmo a alguns poucos.

Ascensão do Brasil ou Declínio da América do Norte?

Vendo de forma regional, o cenário é mais complexo. É impossível ignorar a diminuição da presença norte-americana no Counter-Strike. Com a Complexity se retirando e a Cloud9 sendo apenas memória distante, a velha guarda do NA está desaparecendo, deixando mais vagas nos Majors. Até mesmo a Liquid, por tanto tempo a grande representante norte-americana, hoje é na prática uma equipe europeia (exceto no passaporte).

As Américas, como região, receberam 10 vagas para Budapeste. O Brasil ficou com sete. A América do Norte, antes o destino onde todos queriam jogar, está levando apenas um ou dois times. Parte do avanço competitivo brasileiro se deve tanto à infraestrutura sul-americana e aos torneios domésticos incessantes quanto ao êxodo de organizações e talentos do NA (impulsionado, em parte, pelo apelo do Valorant).

Não se trata apenas de quem sobe, mas também de quem está caindo.

Jason Lake tentou de tudo para manter a Complexity e o CS norte-americano vivos, mas não foi suficiente (créditos: Complexity)
Jason Lake tentou de tudo para manter a Complexity e o CS norte-americano vivos, mas não foi suficiente (créditos: Complexity)

Mais Oportunidades na Era VRS

A expansão da Valve para Majors com 32 equipes e um sistema de qualificação baseado em consistência regional (o VRS) em vez de picos pontuais recompensou países com circuitos fortes. O grind doméstico brasileiro significa que até sua “segunda linha” consegue acumular pontos e garantir vaga nos grandes eventos. Mas transformar essa abundância em campanhas de playoffs no cenário internacional... ainda é um desafio enorme.

A Europa continua uma fortaleza. Vitality, MOUZ e Spirit dominam o circuito de troféus, e apesar da força numérica brasileira, chegar sempre ao pódio contra esses elencos ainda parece pouco provável.

Um Teste de Substância

Para o Brasil, Budapeste é tanto celebração quanto campo de prova. A infraestrutura, o comprometimento, a escala: tudo isso impressiona. Mas a validação real virá apenas se vários times chegarem ao top 8, e não apenas ocuparem servidores. Neste momento, o Brasil simboliza a energia de uma região em ascensão e a realidade de um cenário global em transformação.

O futuro, de forma bem prática, depende do que acontecer nos 21 dias da maratona em Budapeste. Se a quantidade virar qualidade, poderemos estar presenciando uma nova era. Caso contrário, a conversa muda: foi algo único, possibilitado pela ausência do NA e pelas mudanças de formato, ou o primeiro capítulo de uma dominância duradoura?

Independentemente do resultado, sete bandeiras brasileiras em um Major — mais que qualquer outra nação antes — é um feito digno de estar nos livros de recordes, mesmo que o verdadeiro teste ainda esteja por vir.


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Créditos da imagem principal: IEM

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