A MiBR conquista a vaga ao Champions, mas qual equipe estará em Paris, a do stage 1 ou 2?
A confirmação chegou ontem, no último sábado (24), após uma combinação de resultados que dependeu até mesmo da vitória da Leviatán sobre a KRÜ: o MiBR está classificado para o VALORANT Champions Paris 2025. A notícia trouxe alívio e celebração para os torcedores brasileiros, mas também levanta uma questão fundamental: qual versão da equipe veremos no mundial?
A MiBR que gostamos de ver no Stage 1
Entre março e maio de 2025, a MiBR viveu seu melhor momento desde o retorno ao VALORANT. A equipe, reformulada com aspas, Verno, cortezia, xenom e artzin, alcançou resultados impressionantes que colocaram o Brasil de volta ao mapa competitivo internacional.
Os números do Stage 1 foram dignos da elite: terceiro lugar no VCT Americas Stage 1, classificação direta para o Masters Toronto e uma performance individual de aspas que o colocou como melhor K/D da competição (1,35). Verno também brilhou, ficando entre os cinco melhores jogadores em K/D (1,26), enquanto a equipe demonstrava uma química muito boa no servidor.
A campanha incluiu vitórias importantes sobre equipes tradicionais e uma identidade de jogo bem definida, com artzin como IGL comandando um estilo agressivo que aproveitava o talento individual de aspas. A confiança era tanta que aspas chegou a admitir que contra a FURIA "jogaram como se fosse um treino", tamanha era a superioridade técnica demonstrada.
O declínio no Stage 2
A realidade mudou drasticamente no Stage 2. A MiBR que encantou no primeiro semestre se transformou em uma versão irreconhecível de si mesmo. Eliminado ainda na fase de grupos, a equipe acumulou mais derrotas do que vitórias e pela primeira vez na história das franquias, todos os times brasileiros eliminados antes dos playoffs de um VCT Americas eram do Brasil.
As mudanças internas revelaram a profundidade da crise. Artzin pediu para deixar a função de IGL, passando o comando para Verno. A decisão, segundo o próprio técnico fRoD, reconhecia que artzin "não foi contratado para ser IGL", mas havia assumido a função por necessidade.
As (possíveis) razões por trás da metamorfose
A pressão e expectativa parecem ter cobrado seu preço. Após o excelente início de ano, o MiBR chegou ao Stage 2 como uma das favoritas, mas não conseguiu sustentar o nível de performance. A mudança de meta no jogo, com nerfs em agentes como Tejo, inicialmente vista por Verno como benéfica, não se traduziu em resultados positivos.
Problemas de conexão entre os jogadores também foram evidentes. aspas foi direto ao ponto: "não conseguimos nos conectar, que foi o problema principal, de não estar na mesma página". A falta de sincronia, combinada com a pressão de manter o alto nível, resultou numa espiral descendente que custou caro à equipe.
A eliminação no Masters Toronto foi particularmente dolorosa, com aspas terminando com K/D negativo (19/30/7), números impensáveis para quem havia dominado o Stage 1. A equipe saiu do torneio internacional sem sequer mostrar seu potencial.
O enigma de Paris
A classificação para o Champions veio através dos pontos conquistados no excelente início de ano, não pelo desempenho recente. Com nove pontos na tabela, a MiBR garantiu a vaga um dos seeds das Américas, mas a grande questão permanece: que equipe veremos em Paris?
As mudanças táticas ainda estão em processo de adaptação. O jogador americano assumiu uma responsabilidade que vai além de suas funções habituais, enquanto artzin tenta se reencontrar em uma nova função. É um processo que demanda tempo, "commodity" que uma equipe indo para o mundial não possui em abundância.
A pressão será imensa. Como única representante brasileira, a MiBR carregará as expectativas de todo um país que viu seus outros times falharem no Stage 2. A pergunta é se a equipe conseguirá resgatar a magia do primeiro semestre ou se as dificuldades recentes se manterão no palco mais importante do ano.
Qual MiBR veremos?
O VALORANT Champions Paris será o teste definitivo para uma equipe em transformação. De um lado, temos o potencial demonstrado no Stage 1: aspas em alto nível, Verno adaptado ao cenário internacional, e uma química que produziu resultados excepcionais. Do outro, a realidade recente de uma equipe que perdeu sua identidade e confiança.
A resposta só será vista entre 12 de setembro e 5 de outubro, quando a MiBR pisará nos servidores parisienses. Será a chance de redenção para uma equipe que provou ser capaz de grandes feitos, mas que também mostrou sua fragilidade quando a pressão apertou.
O Brasil torce para que seja a MiBR dourada do Stage 1 que apareça em Paris, porque, convenhamos, a versão do Stage 2 dificilmente sobreviveria ao massacre que costuma ser um mundial de VALORANT.
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Créditos da imagem em destaque: Made in Brazil
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