Astini Causa Polêmica Com a Comunidade de LoL no Twitter
Filipe "Astini" Ribeiro é um dos nomes mais tradicionais do Dota 2 brasileiro e recentemente causou mais uma das suas polêmicas no Twitter. O coach da PARIVISION coleciona vitórias no ano de 2025 e fez críticas contundentes ao desempenho da Furia no 2025 Mid-Season Invitational.
Neste artigo vamos explorar os tweets e as reações do ponto de vista do cenário de Dota 2 no Brasil e na América do Sul. Astini tem razão, porém, o quanto ele está certo em cobrar do cenário do país que também não vai bem no Dota 2?

Astini e a Crítica à Furia
Em primeiro lugar, temos o tweet acima em que Astini critica de o resultado da Furia no 2025 Mid-Season Invitational de League of Legends. A equipe ficou em décimo lugar após perder por 3 a 2 contra a GAM Esports, uma equipe do Vietnã.
Muita gente já reagiu com o fígado engajando na eterna discussão de LoL contra Dota mas um usuário se destacou. VKS deNkap (@deNkapp1) fez a pergunta que muita gente deveria ter feito: "quais suas críticas? quais suas sugestões?"

Como resultado, Astini engajou com o tweet e deixou uma longa lista de críticas sobre vira-latismo, um ecossistema que trata o jogo como produção de conteúdo, brigas na comunidade, falta de bootcamp e qualidade ruim nas partidas ranqueadas solo queue.
Logo depois, ele também traz uma lista de soluções, em que propõe mais bootcamps, engajar de forma construtiva, cobrar resultados das equipes e criar uma liga in-house para melhorar a qualidade das partidas entre brasileiros.

Tudo isso é um processo e Astini está fazendo sua parte do lado do Dota 2. Agora resta saber se algo similar vai surgir na comunidade do League of Legends ou se vai morrer como "briga de Twitter".
Não Tem Resultado Sem Esforço
Dentre as críticas de Astini, vemos um tema comum que é o contentamento com a mediocridade. Isso não serve apenas para o LoL, o Dota 2 brasileiro teve um início incrível com a SG Esports no Kiev Major e as coisas morreram lentamente com a falta de incentivo financeiro.
Tudo demanda dinheiro e neste ponto Astini ofereceu mais uma solução durante o episódio em que esteve no Flow Podcast. Ele conversou com 4nalog e Igor 3K e mencionou que bom ou ruim, o futuro dos eSports está nas bets.

Com o dinheiro "fora do caminho", é preciso investir nas coisas certas. Melhorar o cenário de baixo pra cima, aproveitando o trabalho de jogadores experientes como ele mesmo menciona. No caso do Dota 2, ele está investindo no Midas Club e tentando reerguer o Dota BR mais uma vez.
Bootcamps e Brigas Internas
Ao mesmo tempo, o novo cabo submarino tornou possível iniciar as atividades jogando em Fortaleza. Com a pouca formação de base em ambos os eSports, a única opção é ficar quase refém do mesmo grupo de profissionais ou formar times multinacionais como a Heroic fez.
Enfim, o tópico do vira-latismo ou da falta de fé nos times nacionais não é tão preto no branco. O próprio Astini menciona no vídeo acima que tentou fazer funcionar, mas não tem com o que trabalhar no Brasil. Pedir isso do LoL sem que tenham tempo de criar uma base como ele está tentando fazer não é justo.
Ao mesmo tempo, ele faz uma crítica muito justa da briga interna entre fãs das equipes. Aqui dentro a rivalidade acontece e deve ser incentivada, mas uma vez que a Furia chegou lá, esquecer rivalidade e torcer pelo Brasil deveria ser o que se espera de todos.
Como Agir Em Cima Das Soluções de Astini
Muita gente se revoltou com a CPI das Bets, mas falhou em ver uma oportunidade na crise. Se temos um cenário em que bets estão prosperando no Brasil, então que tenha alguém pra barganhar um time de eSports.
Dos milhões que o "tigrinho" leva não é possível que uma dessas plataformas não tenha interesse em ao menos tentar criar um time como forma de promoção de imagem. Todo mundo sabe que dinheiro no Brasil não vem fácil, mas alguém sequer tentou sondar essa possibilidade?

Por fim, temos a necessidade de mudar regras que desfavorecem o Brasil. Astini comentou como bootcamps são essenciais mas algumas respostas falavam sobre como a Riot não pagar por bootcamps e as equipes não se dispõem a arcar com os custos.
Neste ponto, a melhor solução talvez seja criar uma liga nacional fora das mãos da Riot com as equipes brasileiras como sócias. Assim como na MLS, isso serviria para aproximar as equipes, gerar receita e possivelmente resolver o problema de financiamento de bootcamps.

Em breve teremos mais Brasil com os jogadores da Heroic e Astini disputando a Esports World Cup. Para acompanhar os resultados do torneio e mudanças no metagame, acesse nossa página de notícias no site oficial do Strafe!
Imagem da Capa: Eric de Oliveira
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